Assembleia Geral de 26 de junho de 2020

26 Jun, 2020

Teve lugar neste dia 26 de junho de 2020, no Centro Pastoral de Torres Vedras a Assembleia Geral Ordinária da FEDERAÇÃO SOLICITUDE, cujo ponto principal da ordem de trabalhos, era a apreciação e votação do Relatório de Actividades e Contas referentes ao ano de 2019.

A Assembleia contou em especial com a presente do Senhor D. Manuel Clemente, Cardeal Patriarca de Lisboa, e do Senhor Bispo Auxiliar D. Américo de Aguiar.

O Senhor Patriarca iniciou a manhã, com um momento de oração e dirigiu-se aos presentes com palavras de reconhecimento e de estímulo pelo trabalho desenvolvido pelas Instituições nesta fase difícil de pandemia. Proferiu ainda palavras de Esperança. Esperança que nos vem de Deus e Esperança na Sua Igreja na forma mais variada de exercer a plenitude da Caridade.

O Presidente da FEDERAÇÃO SOLICITUDE, apresentou o Relatório de Actividades, dando conta do trabalho desenvolvido no ano de 2019 e início deste ano de 2020, cujo foco foi inevitavelmente o período atípico que vivemos!

Neste sentido referia perante os presentes que esta pandemia “tem sido uma oportunidade de irmos às raízes da criação de cada Instituição, isto é, irmos ao mais profundo, às origens da nossa razão de existirmos; quem somos e para que existimos?

Vivemos um tempo de novos desafios que as famílias nos lançam, e que nos obrigam a repensar novas soluções. Um apelo a darmos a vida no dia-a-dia das Instituições, a favor dos que de nós precisam. Muitas pessoas das nossas comunidades deixaram de ser uma “estatística” e pelas piores razões – fome e necessidade – passaram a ter um rosto nosso conhecido!

Em tempos de pandemia o apoio domiciliário passou a ser muito solicitado às Instituições. Os imperativos do distanciamento social e da reorganização dos serviços trazem um novo problema: ter mais colaboradores aptos para trabalhar e ter financiamento para salários! Mas simultaneamente encontrar mão-de-obra disponível e apta para as funções!

Dizia ainda, que este tempo tem obrigado as Instituições e a sociedade a reverem o quadro legal que tínhamos e temos, tal como o que se prevê até nos Acordos de Cooperação com a Segurança Social, para poder responder de maneira mais humanizada às pessoas e às famílias no seu conjunto!

Devemos fazer notar ainda do papel da Segurança Social e da Senhora Ministra, Ana Mendes Godinho pois tem vindo ao encontro das necessidades das instituições e em tempo limite, apresentou soluções para as dificuldades que foram surgindo e para as quais não havia solução! Recordava nomeadamente a Lay off, com o apoio ao pagamento de salários e como resposta ao imperativo de apoiar os colaboradores/as e suas famílias das Instituições que recorreram. Ainda da possibilidade de manter o financiamento regular das comparticipações financeiras, via Acordos de Cooperação.

Para as Instituições, os custos fixos avultados e a que não podem escapar, com salários e EPI (gel, luvas e máscaras) desinfectantes e outros, eram uma inevitável razão de preocupação e de angústia que já se sentia nas muitas questões que nos iam chegando.

De referir que a generalidade das instituições assumiu esta fase sem ir para Lay off, mas depara-se com a dificuldade das famílias em cumprir com as mensalidades relativas às Valências.

O Dr. José Parente não quis deixar ainda de partilhar a experiência vivida neste período na articulação com as Entidades Públicas (Segurança Social, DGS, Autarquias) bem como com outras Federações, Uniões, Confederações, nomeadamente a CNIS: tempo de dar as mãos e de nos unirmos para fazermos chegar às Instituições de base todo o apoio e solidariedade que nos era possível! Este Tempo pode-nos ensinar muitas coisas para tempos futuros!

Por fim referiu ainda a necessidade urgente de que seja revisto o papel das Instituições e dos colaboradores em particular como gente que está na linha da frente, dando o exemplo que precisamos ter acesso privilegiado a máscaras, gel e luvas para o desempenho mais seguro dos serviços. Isto porque para além dos custos com estes materiais se denotam escassez de alguns, em especial das luvas.

O Senhor Cónego Francisco Crespo e Presidente da Mesa da Assembleia Geral sujeitou à apreciação e votação do Relatório de Actividades e Contas referentes ao ano de 2019 que as 32 Instituições Associadas representadas, aprovaram por unanimidade, sem votos contra nem abstenções.

O Senhor Cónego Francisco Crespo tomou ainda da palavra para informar das dificuldades já vividas pelas famílias na cidade de Lisboa, com os números de refeições servidas por algumas Instituições (referiu uma que já serve 250 diariamente); das dificuldades do Banco Alimentar Contra a Fome que não tem alimentos para entregar; da Cáritas Diocesana de Lisboa, também presente nesta Assembleia Geral e que disponibiliza tickets refeição para suprir dificuldades nesta matéria.

Após um tempo para partilha e apresentação de assuntos onde alguns Associados puderam tomar da palavra, o Senhor D. Américo Aguiar dirigiu-se a também a todos os presentes.

Frisou a necessidade das Instituições darem informação cabal da sua realidade porque é sempre com dificuldade que se conseguem obter números referentes ao trabalho desenvolvido. A Colaboração e articulação nesta matéria também é um serviço que prestamos!

Referiu-se ainda à necessidade das centrais de compras como exemplo desta articulação conjunta em vez de individualista.

E a Reunião da Assembleia terminou ao final da manhã com as palavras finais do Senhor Patriarca D. Manuel Clemente, oração e bênção.

Torres Vedras 26 de Junho de 2020